Criação de abelhas no Jardim Botânico do Recife, na Zona Oeste, acontece há 30 anos — Foto: Reprodução/TV Globo |
A criação de abelhas sem ferrão, chamada de meliponicultura, passou a ser incentivada no Recife. De acordo com a prefeitura, elas não oferecem riscos aos seres humanos e podem ser criadas nas casas dos moradores, sem a necessidade do uso de equipamentos de proteção individual para lidar com esses insetos.
"Nós pretendemos fazer uma rede, [...] um curso, para ficar gravado online, com três vídeos, para ser mais uma forma de capacitação para eles [criadores de abelha], uma rede para trocar ideias, conhecimento com quem já tem e com quem está iniciando agora", afirmou a secretária executiva de Agricultura Urbana do Recife, Adriana Figueira.
De acordo com ela, a secretaria iniciou a identificação dos criadores da cidade para postar vídeos educativos nas redes sociais e criar uma rede de apoio entre os moradores da capital que fazem essa prática.No Jardim Botânico do Recife, localizado no bairro do Curado, na Zona Oeste da cidade, há mais de 30 anos são criadas várias espécies de abelhas sem ferrão, também chamadas nativas ou indígenas. Por não darem ferroadas, esse tipo de abelha pode ser criado na cidade, perto de humanos e animais.
"A gente tem uma supressão vegetal muito grande com relação à especulação imobiliária. E os vegetais são os ambientes naturais das abelhas. Sem elas, viveríamos em um não mundo", afirmou o presidente da Associação Pernambucana de Apicultores e Meliponicultores (Apime), Adgerlan Codácio.
Morador do bairro da Várzea, na Zona Oeste do Recife, Hans Santos foi um dos criadores amadores identificados pela prefeitura. Ele começou o hobby em 2010, enquanto fazia o curso de biologia, e em 2013 ganhou a primeira colmeia. Agora já são oito dentro do quintal de casa."O grande limitante, realmente, é a presença ou ausência de plantas que sejam úteis para essas abelhas. Então, uma coisa que é interessante é que se estimule a plantação de árvores nativas porque, sem essas plantas, sem essas árvores, elas não têm como se alimentar", afirmou Hans.
No quintal dele, as abelhas vivem dentro de caixas de madeira que simulam troncos de árvores. Elas precisam ficar protegidas do sol, da chuva e dos ventos, além de outros insetos como formigas e moscas. Ao todo, o criador tem três espécies de abelhas sem ferrão: a uruçu, a mirim e a mané de abreu. No entanto, ele contou que já encontrou mais de 40 tipos diferentes visitando o quintal.
"Elas são indispensáveis para gente, enquanto seres humanos, mas também para todo o ecossistema, tanto que as abelhas são tidas como espécie-chave, porque conseguem manter boa parte do ecossistema através da polinização das plantas, que são base para outras espécies", afirmou.Criações com menos de 50 colmeias são consideradas amadoras, mas devem ser inscritas no Cadastro Técnico Federal do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Caso a criação passe de 50 colmeias, é preciso pedir autorização em órgãos ambientais estaduais.
Para moradores do Recife, é possível entrar em contato com a prefeitura e solicitar caixas de madeira para abrigar as colmeias. O endereço de contato é o e-mail agriculturaurbana@recife.pe.gov.br. G1 PE
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