Foto: Louisa Gouliamaki/AFP |
Após um curto período de queda, os casos de infecção por Covid-19 voltaram a subir. É o que apontam dados da Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias). De acordo com levantamento da associação, os resultados positivos de testes para Covid-19 feitos em farmácias, na primeira quinzena de maio de 2022, aumentaram 54% em relação ao total registrado em abril. No Distrito Federal, a parcela de diagnósticos saltou de 4,87% para 12,04% no intervalo.
Em janeiro, o volume de casos havia avançado, influenciado pela maior circulação de pessoas nas festas de fim de ano. Após uma queda no percentual, que teve início em fevereiro e seguiu nos dois meses seguintes, os primeiros dias de maio sinalizam uma retomada. Segundo o último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, na terça-feira (17/5), a média móvel de diagnósticos teve alta de 28%.
Desde a implementação do serviço de testes rápidos, em abril de 2020, as drogarias brasileiras promoveram 17.354.099 procedimentos. Os resultados positivos acumulam 3.935.828 (23%), contra 13.418.271 negativos (77%). Até o dia 15 deste mês, são 49.320 casos no país, 23,45% do total de 210.362 exames realizados no período. Em abril, foram 31.981 positivos.
O número de testagens realizadas entre 9 e 15 de maio, 121.272, subiu na comparação com a semana anterior, quando foram 89.236 — elevação de 36%. Mas houve queda de 20% quando considerada a quantidade observada no mês passado.
"Apesar de a procura ainda ser 20% menor que a do mês anterior, o índice de positivados saltou 54%. É um forte indício de resiliência do coronavírus, a julgar que a segunda quinzena de abril já apresentava viés de crescimento", ponderou o CEO da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto.
Aglomerações no frio
A tendência de alta de casos também é observada no DF. Entre março e abril, o número de testes de farmácia e, portanto, de diagnósticos, recuou significativamente: de 4.786 testes e 453 resultados positivos para 2.711 testes e 132 positivos. Porém, em maio, o volume de exames caiu ainda mais (1.894), enquanto os reconhecimentos da presença do novo coronavírus subiram para 228.
Para a infectologista Ana Helena Germoglio, parte do motivo por trás do cenário é a confusão causada pelos sintomas de alergias relacionadas ao frio. "A gente já vinha tendo, desde os últimos feriados, um aumento de transmissão. Agora, no frio, isso pode se intensificar, porque é normal que as pessoas deixem portas e janelas fechadas, elas tendem a ficar mais aglomeradas. Até os sintomas do frio, como da rinite e essas outras alergias que ficam mais exacerbadas nesse clima, se parecem com sintomas leves de Covid. E é nesse período que as pessoas estão mais transmissíveis".
A maior transmissibilidade também pode ter relação com fim das restrições, conforme avalia o infectologista Hemerson Luz: "As pessoas não estão utilizando máscara mais em locais fechados e estão retornando às atividades que têm aglomeração. Então, é um tempo de cautela, pessoas que têm algum sintoma respiratório devem evitar atividades que tenham aglomeração ou mesmo utilizar a máscara".Diário de PE
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