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O Diario teve acesso a mensagens de um grupo de WhatsApp de policiais militares que demonstram que havia entre os profissionais lotados no 19º BPM frequentes chacotas com o soldado Guilherme Barros, que assassinou a esposa grávida, atirou em colegas de farda e depois se matou, na terça (20). Pelo conteúdo das mensagens, a sanidade mental do atirador era colocada em xeque com frequência, o que estaria desagradando o soldado.
'Esse Guilherme se incomodava muito com as brincadeiras nas quais era chamado de doido no batalhão', diz o texto compartilhado no grupo. Junto às mensagens chegou ao Diario também uma foto de Guilherme ao lado de um colega de farda, na qual foi feita uma montagem para sugerir que o soldado estava vestido com uma camisa de força. 'Inclusive ele chegou a processar as pessoas que fez (sic) essa montagem', completava a mensagem no aplicativo.
Outra mensagem dizia: 'Estão comentando que ele sofria de bulling (sic), pedia pra pararem a brincadeira, mas continuaram chamando ele de doido e piscicopata (sic), etc. E ele falava que pra matar um era rápido... duvidaram... É infelizmente chegou a esse ponto'.
O Diario questionou a assessoria de imprensa da Polícia Militar sobre o grau de veracidade das acusações feitas nas mensagens. Perguntamos se o soldado passava por algum acompanhamento psicológico, se a PM tinha conhecimento dessas chacotas que o soldado estaria sofrendo e se tomou alguma providência com relação ao problema.
A resposta que obtivemos foi a de que 'a Polícia Militar não divulgará informações de cunho pessoal e de caráter confidencial dos militares envolvidos na ocorrência do 19º BPM'. Voltamos a questionar se na corporação existe um espaço de acolhimento para quem sofre desse tipo de chacota por parte dos colegas. E o que um policial militar deve fazer quando estiver passando por esse tipo de bullying. Até o fechamento desta edição, a assessoria da Polícia Militar não respondeu aos nossos questionamentos.
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