Foto: Divulgação/Secretaria de Saúde do Amapá |
O Amapá enfrenta um surto de síndromes gripais e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) entre as crianças. Há pouco mais de uma semana, no último dia 13, o governo do estado decretou situação de emergência em saúde pública. Com o aumento de 300% de casos, observados entre janeiro e a primeira semana de maio, o governo federal enviará até terça-feira 12 mil toneladas de oxigênio para abastecer 30 novos leitos do Hospital Universitário (HU), conforme informou a Secretaria de Saúde do estado. Quatro crianças morreram em decorrência da doença.
"O abastecimento de oxigênio dentro dos nossos hospitais está normal. Esse navio da Marinha que está chegando com tanques de oxigênio é necessário para que os novos leitos do HU comecem a funcionar. Normalmente demorariam mais de 45 dias para chegar, mas o Pará tinha material disponível para encaminhar. Atualmente, estamos bem estáveis com o nosso estoque, mas já nos prevenimos para qualquer mudança dessa demanda", explicou a secretária de Saúde do estado, Silvana Vedovelli. Os tanques de oxigênio foram adquiridos por meio da tratativa entre o governo federal e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), responsável pelo HU.
O estado também recebeu, no sábado, o reforço de mais de 1,5 mil Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e dois ventiladores de transporte para dar suporte aos profissionais de saúde no atendimento aos pacientes, entregues pelo governo do Espírito Santo.
Os esforços buscam conter uma explosão ainda maior de casos de SRAG. Até a última sexta-feira, 162 crianças estavam internadas na rede pública de saúde. O Hospital da Criança e Adolescente (HCA) e o Pronto Atendimento Infantil (PAI) amapaenses, até sábado, registraram 145 internações pela doença, sendo 34 ocupantes de leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em estado grave. Desde o decreto de emergência de saúde pública, foram registrados quatro óbitos infantis, causados por síndromes gripais.
Enfrentamento
A gravidade da situação obrigou que o governo do Amapá, representantes do Ministério da Saúde e das Secretarias Municipais de Vigilância em Saúde (SMVS) e de Saúde (Semsa) se reunissem para debater estratégias de enfrentamento, bem como o fluxo de coletas de amostras laboratoriais para orientação de dados e da situação epidemiológica do estado.
"A Prefeitura de Macapá se coloca à disposição das entidades para aperfeiçoar e dar celeridade aos fluxos de atendimento. Nossas unidades estão abastecidas com vacinas contra a Influenza e estamos preparados para prevenir as infecções por Influenza e melhor atender os nossos munícipios", destacou Gilmar Domingues, gestora da SMVS da capital amapaense.
As principais vítimas das doenças são bebês com menos de um ano. No sábado, o Hospital da Mulher Mãe Luzia (HMML), em Macapá, registrou 15 recém-nascidos internados com os sintomas. Em visita à unidade, a secretária de Saúde destacou a necessidade de os adultos reforçarem os cuidados para impedir a transmissão.
"A maternidade também tem recebido essas crianças, o que nos preocupa, principalmente porque são crianças muito novas e que estão sendo expostas a doenças que podem agravar. Nossa orientação maior é a proteção, evitar as visitas aos recém nascidos, evitar expor essa criança a ambientes fechados e lotados. Além de tudo, reforçamos que, apesar desse bebê não poder se vacinar, a mãe, o pai, avó podem. Então é importante que todos busquem a proteção", aconselhou Silvana Vedovelli.
A contaminação pode ocorrer tanto em crianças quanto em adultos. A diferença é a gravidade com que a doença se apresenta em cada caso. "A criança, por ter um sistema imunobiológico às vezes incompleto, está mais suscetível ao agravo. Portanto, o cuidado começa pelo responsável, que pode acabar infectando essa criança", alerta a secretária.Diário de PE
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